O grupo japonês Ishikawajima-Harima Heavy Industries (IHI), está negociando sua entrada na sociedade do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), localizado no Complexo Portuário de Suape (PE). Atualmente o EAS é controlado pelos grupos brasileiros Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, que tinha como parceiro tecnológico a Samsung.
Recentemente a parceria com a Samsung foi encerrada, devido aos desentendimentos com os outros donos do EAS. Agora, o objetivo dos acionistas é atrair um novo sócio que traga a tecnologia para suprir o vácuo deixado pela saída da Samsung no capital da empresa.
De acordo com o presidente do Fórum dos Trabalhadores da Indústria Naval e Petróleo, Joacir Pedro, a estimativa é que o acordo seja fechado até o final do mês de junho. “As conversas agora são sobre o valor que será acertado, eles querem ter no mínimo 10%, mas podem ir para 15%, 20%”, disse Pedro.
Os japoneses já realizaram um processo de investigação e auditoria (due diligence) sobre as informações da EAS. Um acordo de confidencialidade foi fechado entre as empresas, e o grupo japonês tem prazo até o fim de julho para tomar uma decisão se vai tornar-se sócio e parceiro tecnológico do Estaleiro.
Atualmente o Estaleiro Atlântico Sul possui 22 navios sendo construídos para a Transpetro, um pacote de aproximadamente R$ 7 bilhões. Dentre os navios em construção, apenas seis possuem a garantia da tecnologia Samsung. Desta forma, os 16 restantes estão sem a garantia da tecnologia coreana.
Para manter o contrato com a Transpetro, o novo parceiro tecnológico tem que ser anunciado até agosto. O EAS também tem contrato com a Sete Brasil para a construção de sete sondas de perfuração.
Conforme informações divulgadas na imprensa, o Ishikawajima já foi dono do estaleiro Inhaúma, atualmente alugado pela Petrobras. Segundo fontes próximas do EAS, a IHI abriu um escritório no Rio de Janeiro para criar novas oportunidades de negócios, porém as discussões sobre a parceria estariam sendo tratadas exclusivamente na matriz da empresa em Tóquio, no Japão. O fechamento do acordo seria de grande relevância para o Ishikawajima, pois representaria o retorno do grupo japonês ao Brasil.